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terça-feira, agosto 14, 2007

Divagação sobre o futuro

Muitas vezes deixamo-nos levar pela vida com a simples fé de que temos um destino à nossa espera. A meu ver, o caminho que se estende à nossa frente é no seu principio fundamental um básico somatório de sorte e destreza. Se virmos bem, o conjunto de aptidões necessárias para o desenvolvimento de uma certa actividade, neste caso a vida, não se limita às condições intrínsecas ao próprio ser mas também às infinitas variáveis do outrem que o rodeia.

Assim, ao pegar no mais variado leque de inimaginárias situação às quais nos podemos deparar no dia-a-dia e tentando a certo ponto racionisá-las, temos que a única certeza possível é o randômico propósito da sorte em si. Não podemos controlar o nosso mesmo futuro, apenas escolher a estrada que iremos pisar no próximo minuto e esperar que nos conduza ao fim a que nos propomos.

Talvez por por pensar assim, não me preocupo tanto hoje com o amanhã, tal como fazia há dois, três anos atrás. O passado recente, pois não se encontra encoberto por um grande número de anos, prova-me que não me adianta procurar caminhar na luz, ou fechar os olhos e entrar no escuro de abismo, nem por mim, nem por ninguém. A felicidade advém-me hoje, como ontem também o fazia apenas sem eu ter a plena noção disso mesmo, do bem estar que possuo com a opção transacta. Porque se caminhar nas pedras que eu quero, o chão não magoa. Se eu decidir que os braços são asas, eu posso voar. Se com a caneta na mão, ou nas pontas dos dedos a tocar o teclado tal como hoje, escolher mostrar-te em que local estou na rota que escolhi, faço-o. E com estas opções que tomo, como qualquer outra pessoa pode estar a tomar neste preciso momento, o meu futuro muta, juntamente com o futuro dos que hoje me rodeiam e com o que os amanhã comigo se irão cruzar.

Talvez por pensar assim, não me preocupo tanto hoje com o que sofri ontem. Não me preocupo com o que poderei sofrer amanhã. Porque o que o amanhã me trará, será fruto das minhas escolhas hoje, e hoje, escolho dizer que sou capaz de Amar, sobre todas as feridas.

Figueira da Foz, 14 Agosto 2007,

Carlos André Godinho

2 comentários:

Ruim dos Santos disse...

Devias estar em transe quando escreveste isto. :)

Anónimo disse...

Quando te passas ningue'm te segura :D