Simplicidade complexa

Mais uma noite navego no vazio que deixas por não estares aqui. O fumo que me encobre não é apenas o deste cigarro que queima ao meu lado, são as nuvens que nascem por todo o lado a cada segundo em que me apercebo de que no fundo não te posso ter…
Risco palavras do dicionário que não escrevo mas no fundo apenas penso, reescrevo rimas que sabes que existem mas nunca leste na minha boca. Na essência do que não digo resta tudo aquilo que sinto mas não comento, no que finda sem começar e no que começa sem que eu tenha que esticar a mão para agarrar.
É fácil ter o que não queres, difícil acaba por ser manter carícias que sonhas sozinha que adoravas perceber…
Pára para pensar o que realmente vale a pena, não resta nada no fundo de quem és, se não fores quem pensas que gostarias de ser. Não penses que é fácil ser quem sou é difícil manter a corda esticada, a vida corre sem estar parada, na realidade que vives até ao último suspiro e não sabes como custa viver.

Não é suposto ser coerente, é suposto viver como escrevo, com alma e simplicidade; não quero ser só mais alguém, quero ser possuidor apenas da minha verdade.

Parece fácil escrever, quando quem lê me absorve a alma, parece ser fácil correr, voar, controlar, mas no fundo apenas é preciso conhecer as possibilidades e ter calma.

Não me canso de escrever não, não que contento em dizer que sim. Não me custa no fundo estar sozinho, não me custa ser soberano de mim. Custa olhar para trás e ver os meus erros, custa olhar para o futuro e não te ver ali…

E então… ?