No fundo...

No fundo de um mundo que pensava não mais existir, levantou-se um homem que teimava em não desistir. De dentro do poço teimou em se erguer, lutando no fosso com a dor que o queria prender. O homem lutava, no fundo com a morte, quando apenas nos olhos tinha a sua imagem. Aquela mulher que o faz sofrer, a que o largou sozinho, o deixou a morrer. Não aclama vingança nem nada demais, quer mais uma oportunidade, para provar aos demais, que um homem sozinho que todo o mundo refuta, não teme nem acha quem o demova da luta.
No fundo lutou e de lá partiu, rumo a um só destino que se mantia na mente. Não houveram dragões, diabos ou demais, que lá o prendessem e conseguissem vencer. Do fundo de um mundo que pensava já não existir, levanta-se um homem e volta a viver.
De novo cá fora, no mundo real, um homem não chora mas ele ousou sofrer. As lágrimas escorrem na face de um ser, do fundo da alma ele as faz correr. O homem sozinho consegue sonhar, procura o caminho só para a encontrar.
Vencidas distâncias, o sol, o vento, a chuva que cai... o homem perdido não sabe para onde vai...
Mas como longos caminhos nos levam sempre à vitória, o homem de novo alcançou a sua glória. De novo com ela à distância de um olhar, ele solta a voz mas sempre sem gritar... sussurra baixinho só para ela ouvir: “ Eu sei que me magoas mas quero-te abraçar...” – à distância da mão ela cede, deixa o coração falar, embrulha-se na tentação e volta a amar.
E do topo do mundo que não existe mas quer existir, o homem feliz está pronto a cair, só falta um passo rumo ao negro abismo, e se ele não o der sozinho, ela dá-o consigo. No fundo de um mundo que pensava não mais existir, resigna-se um homem que teimava em não desistir, porque no fundo, é lá que o homem pertence...